Na beira do rio

Postado por marcio lelis , sexta-feira, 30 de julho de 2010 13:45




Na beira do rio onde estou;
A água corre feito maratonista e, eu a observo
Sem que ela se importe com minha presença.
Isso é tão estranho!
Logo eu, que queria pra mim toda a atenção do mundo
Me vejo aqui, chorando tal como um menino sem pai,
Catando com as mãos cada fragmento de meu espírito fragilizado pela ausência;
As pedras do rio conversam comigo,
Sem dizer palavra alguma. Simplesmente, dizem como não estou.
Elas vão, no ritmo do rio, enquanto fecho os olhos para ouvi-las cantar.
Meus ouvidos procuram no ar uma voz diferente. Um novo sotaque.
Aquela voz de mulher madura, cheia de si. Capaz de recompor meu ser.
O rio corre,
Eu não.
As pedras imóveis.
Eu também.
A voz procurada... Do outro lado espera.
Espera amor. Espera. Que logo, logo me vou...
Deixa seu rio correndo... Suas pedras cantando... Que meu espírito menino
Que não tem medo da distancia,
Te leva, no vento, um beijo de encanto.


Márcio Lelis



Com imenso carinho para

Danielle Mendes Silva

carta de um certo alguém

Postado por marcio lelis , 09:49


Sei que não devia estar lhe escrevendo. Sei que é uma completa bobagem minha, acreditar que esse texto fará sentido pra você como faz pra mim. Mas, como não escrevo para agradar e, sim, para confessar meu interior; digo: - Dane-se!
Estou aqui pensando em como você está; o que está fazendo; com quem está. E, ora, sei que meu nome nem passa pela sua mente. Contudo, minha mente insiste em teimar contra mim. Fazendo aquele velho “flash back” de nossa historia. Como assim? Que diabos estou dizendo? Você é uma completa egoísta! Deixando a ver navios, numa época difícil e sem força. Agora, insiste em atrapalhar meu trabalho, meus negócios, minha vida, pernoitando em meus pensamentos, confundindo meus sentidos e mantendo viva aquela nostalgia de porta de boteco e tristeza de bêbado em fim de semana.
Acredite! Não quero ter você de volta. Quero apenas que me deixe em paz. Como naquele filme que assistimos juntos, aonde o cara vai embora e nunca mais tem noticia da mulher. Quero não ter noticias suas. Não quero seu mal, você sabe disso! Afinal, não se pode querer mal a quem tanto se quer bem. Quero, apenas, que me deixe em paz. Saindo dos meus pensamentos, e, me deixando em paz.
Faça como eu. Apague nosso álbum do orkut. Delete os e-mails. Rasgue as cartas. Tire do MP4 a nossa seleção de musicas. Mas, não! Não venda o Tobby. Pois, além de ser um presente, me apeguei muito ao cachorro. Acho que ele também se apegou a nós. Apesar de tudo, o pobre não merece isso!
Confesso que será difícil no começo. Afinal, você se tornou meu vicio mais saudável. Por você parei de beber, fumar e mais. Por você aprendi a me cuidar. Será difícil ir a festas sem ter você me vigiando, puxando minha camisa quando falar alguma besteira. Será difícil, pois, me acostumei com seu beijo de bom dia; o café as sete. A ligação durante a tarde. Diabos! Lá vêm as velhas lembranças de novo.
Sei. Eu sei. Você foi por que era à hora. Não a critico por isso. Foi mais forte que nós. Mas, a verdade é que a culpa foi minha. Se tivesse deixado você voar sem medo e quebrar a cara sozinha. Talvez, você ainda estivesse aqui. Mas, não! Fui ser protetor. Um verdadeiro guardião. Deu nisso! Você voou. Caiu. E, minhas mãos estavam lá pra impedir que você se machucasse. Logo, você quis voar de novo. Tão longe que não pude alcançar.
Dane-se de novo! Agora, resta-me enxergar um prato só na mesa; um travesseiro a menos; uma vaga a mais no carro. Pobre da dona Maria! Você devia visitá-la. Ela já não cuida da casa como antes. Está triste por nós dois.
Recomeçar! Disse o Renato taxista. Ora, eu recomeço todos os dias (li isso num texto hoje), todos os dias em que acordo sozinho em nossa cama. Eu poderia xingar um palavrão daqueles bem elaborados, mas, não! Você não merece isso. Insisto, apenas, no dane-se! Eu queria poder contar com você. Em todos os momentos, sabe? Sim, como a gente se prometeu. “Estaremos sempre juntos”. Que viagem!
Olha que pensei em casamento. Em filhos. Uma menina lembra? Mas, esquece! A vida é um rio. As vivencias são folhas de uma arvore a beira rio. Cada folha que cai no rio, segue seu curso em direção ao mar do esquecimento. Chegou sua vez de cair. E, farei de tudo para que não fique segura em nenhum galho no percurso.
As coisas passam, amor. Os caminhos mudam. As pessoas mudam. Você mudou. Acho que também mudei. Se para melhor ou pior, não sei. Não quero saber também. Quero, apenas, concluir esse texto. Que, sem sombra de duvidas, não fará nenhum sentido pra você. Mas, sendo um pouco sincero e direto. Você se foi e não quero que você volte. Quero paz, isso sim! No mais, meu amor, dane-se!

Alguém.


M. Lelis (cartas que o tempo assinou)

iluminado

Postado por marcio lelis , quinta-feira, 29 de julho de 2010 10:18


hoje me sinto iluminado. cansado, confesso, mas iluminado. não só pelo sol que me atinge pela janela, mas por tudo. pelo simples fato de estar vivo. a gente reclama por tão pouco. exitirá sempre uma nova chance amanhã.

"quero ter alguém com quem conversar
alguém que depois,
não use o que eu disse
contra mim"
legião urbana



Márcio Lelis

Discurso de formatura (SENAI)

Postado por marcio lelis , terça-feira, 20 de julho de 2010 06:00

Disse o poeta Fernando Pessoa ante de sua morte: “Eu não o que me trará o amanhã.” Talvez, essa frase ecoe por nossas cabeças como um grito sem resposta por um futuro, ainda, desconhecido. Contudo, posso afirmar, sem a menor sombra de dúvida, que esse é o primeiro dia do resto de nossas vidas.
Quis Deus que nos encontrássemos aqui para fazer um curso, do qual, a maioria de nós nada sabia, para que construíssemos juntos uma amizade real e sem dúvidas, para que nos tornássemos pessoas melhores e mais maduras do que éramos quando aqui chegamos.
1800 horas... dois anos e meio de convivência. O tempo passa tão rápido que mal dá pra percebe-lo. Afinal de contas, quando o tempo teimava em não passar levantavam-se as risadas, os casos, as piadas do Zezinho e todos os “ki-renan!” que só nós sabemos bem.
Não quero citar nomes. Quero mencionar, sim, o esforço de cada um de nós que lutou, bravamente, pra vencer o cansaço o desanimo e conquistar essa vitória. Não critico os que desistiram no caminho; este dia DEUS preparou pra nós, que chegamos até aqui.
Como amante da boa musica, cito um trecho de uma das mais belas canções cristãs do nosso país: “Ainda estou aqui, posso gritar ao mundo, que eu venci, passei por tudo”. Hoje, amigos de curso, amigos de vida, nós podemos dizer: “Ainda estamos aqui”.
Desde criança tive sonho de escrever belos textos que emocionassem leitores e platéias, mas, ao escrever essas linhas percebo que o maior e mais belo texto somos nós. Jovens malucos e decididos que optaram por uma profissão de alto risco e que no final venceram com alegria.
O centro de formação profissional Taft Alves Ferreira – Senai – Sete Lagoas, nunca mais será o mesmo; nunca mais existirá uma turma como essa, nunca mais existirão pessoas capazes de transformar tudo em aprendizado.
Agradeço, com toda honra possível, pela oportunidade de ser o porta-voz dessa equipe maravilhosa de profissionais da elétrica. E, termino esse singelo discurso com a frase que, para mim, resume toda essa trajetória de sucesso: “Nós não estamos parados”.

Montagens

Postado por marcio lelis , segunda-feira, 19 de julho de 2010 06:00



Bruna

Postado por marcio lelis , sexta-feira, 16 de julho de 2010 06:00

No caminho de casa,
Enquanto o tempo passava;
Relembrei como em um filme
Toda a história de amor
Que um dia pude escrever;

Eu me lembro...
Eu estava lá...
Éramos só nós dois
Contra o resto;
E, era suficiente...
Vencer as batalhas sem medo,
Encarar os gigantes de cima
E sorrir no final...
Ah, como era suficiente!
Éramos só nós dois;

Lembro das tardes que passamos juntos
Dos momentos de alegria,
De frenesi;
De encanto;
Quando foi que brigamos?
Onde foi que nós erramos?

Falta um pedaço meu...
Falta um pedaço seu...
Falta;
Não foi um flerte;
Foi flecha!
Flecha num alvo certeiro;
O coração pequeno
Que tão pouco aprendeu a amar;

Lembro das tardes que passamos juntos...
Bela lagoa que nos acolheu...
Como num filme... Titanic;
Éramos só nós dois...

Não é sempre
Mas, eu sei
Que estamos bem agora,
Só que para o coração...
O tempo não passa de ilusão.

Márcio Lelis

Voz alguma

Postado por marcio lelis , quinta-feira, 15 de julho de 2010 16:08

Só queria aceitar todas as derrotas
Como um bom perdedor;
Mas, não consigo.
É tão difícil abrir os olhos
E ver o travesseiro vazio,
Ver um prato só na mesa,
Caminhar a sós comigo mesmo
No caminho que antes caminhávamos juntos.
Nos meus sonhos.

Abri meus olhos hoje.
Como um recém-nascido,
Tentando enxergar a luz no fim do túnel...
O brilho da lua,
Sinto falta do que, ainda, não me deu;
E, é tão engraçado
Por que você está, por inteiro, em mim;

Sem juízo! É isso...
Sem juízo é como devo ser;
Eu queria aceitar as derrotas
Como um bom perdedor;
“Ah, amor se me pudesses ouvir!
Se pudesses ouvir meu canto,
Meu grito,
Com certeza, virias correndo pra mim...
Sem demora,
E estaríamos bem.”

Pena que na vida,
Voz alguma,
Constrói impérios.

Por amor

Postado por marcio lelis , quarta-feira, 14 de julho de 2010 11:18


A vida para mim nunca mais foi a mesma desde aquele ano. Passei a enxergar e valorizar cada detalhe como único. Afinal, nada é mais precioso do que poder enxergar. Aconteceu no verão daquele inesquecível ano. Ano de copa do mundo. Brasil pentacampeão. Ano eleitoral. Eu não podia imaginar!
Sai do trabalho, naquela tarde de ensolarada de terça, distraída. E, caminhando sem rumo fui parar na orla da lagoa da Boa Vista. Embriagada pela beleza da lagoa e relembrando toda minha trajetória até aquele dia, caminhei por horas em volta da lagoa e quando me cansei, caminhei até o parque náutico para descansar. Ainda distraída -vejam só como a vida é um mistério- atravessei o caminho de um fotografo que ali trabalhava. Sem perceber, entrei na sua frente bem na hora do “click” e, fui eu, quem acabou saindo na foto. Pedi mil desculpas. Ele, humildemente, me desculpou e, até, elogiou a foto que tirou de mim.
Fui embora envergonhada. Triste até. Mas, uma coisa me incomodava de uma maneira tão grande que nem sequer consegui dormir. O rosto daquele homem não saia da minha cabeça. Era como se tivesse sido tatuado em minha mente e exposto aos meus pensamentos. Não sabia como, mas tinha de revê-lo novamente.
Eu trabalhava num salão de beleza no centro. Passei o resto da semana pensando naquele homem. No sábado, quase no fim do expediente, chegou um cliente novo para lavar os cabelos. Estava cansada e não quis atender. Minha amiga foi quem o atendeu. Porém, quando olhei pelo espelho – pensado “quem poderia vir no fim do expediente?”- vi que era ele. O homem da foto. O cara que invadiu meus pensamentos e não quis sair. Larguei o que estava fazendo e pedi para que eu o atendesse. Lavei seus cabelos como se lavasse de um filho. Era tão bom estar ali. Contudo, sem querer deixei cair espuma sobre seus olhos causando-lhe forte ardência. Sem graça, pedi desculpas e ele – meio sem abrir os olhos - me desculpou como havia desculpado antes. Ele se foi. Tomei uma “dura” do meu chefe por errar com um cliente. Fui embora arrasada.
Logo que anoiteceu, peguei o endereço do estúdio dele no salão e fui ao seu encontro. Tinha de me desculpar por todos os transtornos que lhe causei. Agora eu sabia o seu nome. Fernando Miguelli. Mas, como ir até ele? Como dizer o que estava sentindo? Não sabia, mas fui assim mesmo.
Quando cheguei, ele estava fotografando. Graciosamente. Com um olhar tão clinico que fazia até o mais feio ficar belo. Não quis incomodá-lo e fiquei somente observando o seu trabalho. Distrai-me com as fotos na parede.
_ oi moça. Como vai? Disse Fernando se aproximando.
_ oi. Respondi no susto. Vou bem. Conclui sem graça.
_ quer um café, uma água, alguma coisa?
_ não, não, vim só te pedir desculpas de novo.
_ pelo quê?
_ah, por todos os transtornos que te causei essa semana.
_ pare com isso. Não foram transtornos e... Como você se chama mesmo?
_ Aline.
Conversamos por horas. Fernando me fotografou, rimos juntos, assistimos TV, nos tornamos amigos. Desde aquele dia começamos a sair, a trocar telefonemas, segredos. Fui com ele em viagens com motociclistas – coisa que nunca gostei - pelo simples fato de estar com ele. É aqui que começa minha tristeza. Numa noite chuvosa de maio, fui até o estúdio para irmos embora juntos. Julio, o ajudante de Fernando, ia saindo e me disse que Fernando estava tomando banho para irmos embora. Subi para esperá-lo. Já no estúdio, encontrei-o vestido. Conversamos, enquanto esperávamos que a chuva passasse. Tiramos fotos um do outro. E, quando o filme da maquina acabou fui até o quartinho dos fundos buscar outro. Como sou “baixinha”, quase não alcancei a prateleira onde estava o filme. Logo que consegui pega-lo, sem que percebesse, esbarrei em um vidro de solução ácida que Fernando havia deixado aberto. O ácido caiu sobre meus olhos tirando de mim a visão e os sentidos.
Não sei o que aconteceu depois. Sei, pelo que Julio me disse, que Fernando me socorreu e cuidou de mim todos os dias em que permaneci no hospital. Fui transferida para vários hospitais até chegar a um onde consegui o transplante necessário para que recuperasse a visão.
Meses depois, já estava bem. Enxergando novamente, e tentando reconstruir minha vida destruída pelo acidente. Contudo, nunca mais vi Fernando. Julio não me dizia onde ele estava. O estúdio havia fechado e nada mais ouvi falar sobre ele.
Certo dia, Julio apareceu no salão onde voltei a trabalhar. Ele estava mudado. Sério. Mais maduro.
_ Como você esta Aline? E os olhos? Perguntou-me.
_ Vou bem. Ainda, sinto dores, mas, estou bem.
_ Fico feliz. Julio deu uma pausa. Vim trazer um presente para você.
_ O quê é?
_ olhe. Julio me entregou um envelope e, quando abri, tinha uma revista com os seguintes dizeres: “Ultimo trabalho da carreira do fabuloso fotografo Fernando Miguelli”. Olhei a foto e, para minha surpresa era eu na foto.
_ O que é isso? Perguntei assustada.
_ Você pode sair? Disse Julio com o rosto triste. Sai do salão com ele. Fomos até a praça e ali nos sentamos. Perguntei sobre Fernando. Ele suspirou.
_ não devia estar te contando. Ele me fez jurar que não diria. Mas, é mais forte que eu.
_ Conta. Já estava aflita.
_ Quando você estava internada e disseram que você precisaria de um transplante para voltar a enxergar, Fernando saiu do hospital, pegou sua moto e correu como se fosse a ultima vez.
_ Não estou entendendo Julio. Interrompi.
_ Calma. Disse Julio. _ logo depois foi até o estúdio, juntou todas as suas coisas e trancou num baú, me entregou a chave da moto e me disse: “Você é o melhor homem que já conheci Julio. Foi bom vê-lo”. E perguntei o que ele estava dizendo e, então, ele me disse que doaria sua visão, seu instrumento de trabalho, para que você voltasse a enxergar.
_ como assim? Perguntei com os olhos em lagrimas.
_ não concordei com aquilo. Tentei convence-lo do contrario, mas, - Julio interrompeu-se com lagrimas - mas, Fernando já tinha tomado sua decisão. Ele me abraçou e disse a frase que jamais vou esquecer: “foi bom ver você, amigo!”
_ Onde ele esta? Perguntei já não contendo minhas lágrimas.
_ depois daquele dia, ele foi ao hospital onde você estava e doou sua visão pra você. A cirurgia foi um sucesso. Você ficou bem e ele foi embora para casa de uma casa no interior onde sempre passava as férias. Deu o estúdio pra mim, mas, não pude continuar com o trabalho. E nunca mais o vi. Julio chorou. _ falei com ele, semana passada, por telefone sabe! Ele disse que esta bem... eu queria ser como ele. Apesar de tudo está cada dia mais forte e maduro.
_ onde fica essa casa?
_ Papagaios.
Não voltei para o trabalho naquele dia. Depois que Julio foi embora, fui direto pra casa atordoada. Chorei como criança e decidi ir ao encontro de Fernando. Peguei o primeiro ônibus para a cidade de Papagaios e me hospedei num hotel local. Procurei o endereço que Julio havia me passado e não o encontrei lá. A empregada que tomava conta dele e da casa disse que ele havia saído com Heitor, seu cão guia, - que escolhemos juntos para o cachorro que planejávamos comprar- e ido até a praça.
Fui até a praça indicada por ela. Quando cheguei, ele estava sentado num banco jogando uma bola para Heitor buscar. Não pude conter minhas lágrimas e comecei a chorar. Fui me aproximando e vi, no chaveiro que carregava, a primeira foto que tirou de mim, no dia em que cruzei o seu caminho. Faltava palavras. Como da primeira vez.
Fiquei imóvel por um momento. Suei frio. O chaveiro caiu. O barulho me fez cair em mim novamente. Peguei o chaveiro e coloquei em sua mão sem dizer uma só palavra. Ele começou a responder um obrigado quando sentiu minha mão e interrompeu a frase pela metade.
_ é você? Perguntou. Fiquei imóvel. Não conseguia dizer nada. _ eu sei que é você. Continuou.
_ sou eu sim. Respondi
_ Obrigado pelo chaveiro.
_ por nada.
_ sente-se. Sentei-me e permaneci calada, olhando pra ele e segurando minhas lágrimas.
_ como está o dia? Heitor é uma boa companhia, mas, não sabe falar. Disse ele dando uma risada.
_ está lindo. Respondi
_ como a terça onde nos conhecemos?
_ sim.
_ deve estar mesmo. O vento está maravilhoso e não está frio hoje. Como vão seus olhos?
_ bem melhores.
_ fico feliz. Naquele momento não me contive e comecei a chorar. _ por que você esta chorando? Perguntou-me Fernando.
_ por que Fernando? Por que você fez isso com você?
_ Fiz o quê Aline?
_ só me responda por quê?
_ por amor.
Nada poderia ser dito naquele momento. Ficamos em silêncio por minutos, até que ele rompeu o silêncio:
_ já é tarde, tenho que ir. Heitor deve estar com fome.
_ eu vou te ver de novo? Perguntei.
_ estarei sempre com você lembra-se? Naquele momento, lembrei da frase que ele me disse antes de perder os sentidos no dia do acidente: “Não se preocupe, estarei sempre com você.”.
_ eu sei. Segurei suas mãos e beijei-lhe o rosto. Fernando se levantou e foi caminhando.
_ espera! Gritei. Ele se virou para trás e depois de alguns segundos continuei: _ eu te amo. Fernando sorriu e disse:
_ o amor é maior que a luz do dia, meu anjo... Eu sei. Assim que disse isso ele se virou e prosseguiu seu caminho. Não me contive e chorei novamente.
Voltei para casa no mesmo dia. Passaram-se vinte anos desde o ocorrido. Fernando e eu nos casamos, tivemos dois filhos, e fomos felizes. Fernando faleceu por problemas cardíacos há dois anos. Pena que só hoje resolvi expressar o quanto, realmente, o amei.
Conto a minha história para quem quiser ouvir. Falo do que se capaz de fazer por amor. E da dor de não expressar seu amor de verdade enquanto se tem a pessoa. Escrevo minha historia, mas hoje, a personagem principal não vai poder ler ou ouvi-la.


Márcio Lelis

você

Postado por marcio lelis , quinta-feira, 8 de julho de 2010 15:33

"sinto falta do que você ainda não me deu; e isso é tão estranho, por que você está por inteiro em mim."
M. Lelis

Postado por marcio lelis , terça-feira, 6 de julho de 2010 15:40

"se DEUS tivesse me dado asas, acho que não voaria... ficaria olhando meus sonhos do chão"

M.L.

Postado por marcio lelis , segunda-feira, 5 de julho de 2010 16:01

bom DEUS, eu peço:

dá-me a paz... e uma dose extra de mim mesmo.

M.L.

pensamentos

  • "não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria" Machado de assis
  • "não se deve fugir de uma fraqueza e sim lutar contra ela " Robert louis stevenson
  • "a vida é feita de segundos e detalhes" Jonas elias de almeida

agradecimentos

obrigado pela visita;

volte sempre que desejar...



um forte abraço...

Márcio Lelis